domingo, 16 de junho de 2013

4 da manhã novamente. Merda. Todas as noites tem se resumido em café, música, papel e caneta. Olho pra fora, o sol nascendo do horizonte. No som, toca algum rock dos anos 60, 70, 80 ou 90. Não me importo com quem toca, mal ligo até. Só sei que toca. O som me embala, me balança, me encanta. Noite após noite, passo a mesma função. Café, música, papel e caneta. E as ideias se desembrulham como um delicioso chocolate suíço. Sinto fome, 4 da manhã. Nada aberto, merda. O pão acabou mais cedo, e o café me ataca o estômago. Algum carro oficial passa pela rua, sirenes a toda. Mas pra que? Pra acordar quem daqui a pouco já acorda com os primeiros raios de sol? É verão na Irlanda. Aqui o sol nasce as 4 da manhã no verão, e se põe as 11:30 da noite. Nessas horas, ninguém passa nas ruas. Ok, alguém passa, normalmente embriagado. Senta no meio da rua, e começa a cantar alguma coisa em inglês, as vezes até irlândes. Vai entender. Aqui eles bebem mesmo, e não estão nem ai. Só bebem, e são felizes, e chegam as 4 da manhã em casa com vontade de cagar, vomitar, mijar, vontade de morrer. Mas as 9 da manhã essa vontade passa, por que eles tem que trabalhar. É um ciclo. Tudo é um ciclo.
Assim como minha vida, um ciclo. Dia após dia, noite após noite. Durmo amanhã, acordo hoje. Estudo, como, cago (esporadicamente, problemas intestinais me afetam), mijo. E escrevo. Café, música, papel e caneta. Noite após noite.
De repente, no rádio toca alguma coisa dos The Smiths. O café acabou, a comida acabou, e a vontade de cagar cresce. Merda. Hora de partir.

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