domingo, 4 de agosto de 2013

Lá fora
carros passam, o som
de crianças e pássaros
passam além do que se vê.

Lá dentro
o tempo passa, de novo
e de novo até não mais.
Cansado e acometido
sofrimento incontido
se põe um fim, ao fim de tudo.

Há mortes que não se contam,
há suicídios que não se encatam,
e onde havia o tudo, hoje
jaz o nada.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

"Vai lá cara, toma 20 segundos de coragem e diz tudo o que sente pra ela."
Quem me derá fossem só 20 segundos de coragem que eu precisasse para dizer a ela tudo o que penso, tudo o que sinto, tudo o que pulsa aqui dentro. Não é assim tão simples, não pra mim. E não por ela. Há tempos ela me pergunta "cade tua inspiração?" e há tempos respondo "cade tu?"
Há tempos que espero o tempo me mostrar o que vive dentro dos 20 segundos. Há tempos que espero o tempo me mostrar o que se vive em 20 segundos.
E quando nem todo o tempo do mundo me mostrou, 20 segundos irão? Quiçá... quem há de saber, além do tempo?
Mas se é pra abreviar, que abreviemos então.
O que sinto por ela, em 20 segundos: falta, saudades, medo, esperança, distância, uma pontinha de amor, uma pontinha de insanidade, e quem sabe mais o que?
Não espero que sinta o mesmo por mim, ela tem espírito livre, sagaz, incomparável ao meu. Ah... adiciona isso ai ao que eu sinto: duvida.
Sinto que eu tinha ela tão perto, por tanto tempo, e por um momento, quase como um estalar de dedos, ela se foi. Medo já tá na lista né?
E de saber quão longe ela tá... puta merda. Distância cara, distância. Maldita palavra. Sinto isso também, que tá lá.
Sei lá cara. Talvez se você me desse uns 20 minutos, umas 20 horas... melhor, uns 20 anos!
Ai sim, ficaria bem mais fácil. E eu não precisaria dizer, eu poderia mostrar, remostrar, e mostrar novamente.
"Mas... como dizer isso em 20 segundos?"
"Isso o que, cara?"
"Nada... deixa pra lá..."