sábado, 29 de junho de 2013

e foi você quem despertou meu espírito
denovo, e denovo.
mas
você se afastou, eu me afastei.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

deve ser por que me importo demais, por que ligo demais, por que quero o bem demais.
vai entender.
deve ser por que quero demais.
faz bem.
vai como todo mundo vai, e deixa pra lá o que passou.
tá certo.
falei verdades, e arco com isso.
faz parte.
embora sinta, deixo pra lá.
e fim.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

E quem se importaria com tantas reclamações de um jovem depressivo. Quem se importaria com as memórias de alguém que já morreu. Quem se incantaria com o despertar de memórias de outrora, que já não fazem sentido algum.
Quem há de um dia, achar sentido em um ser bucólico e triste. Vazio e solitário.
Um ser assim, tão assim, quanto eu.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

 Já me chamaram de tanta coisa, que não me importo mais. Quiçá ligo lá para o que dizem. Dia desses porém, um outrem qualquer me avistou de longe na rua. Um desses moradores de rua, que mal tem o que comer, mas muito a ensinar.
- Meu caro, tu tens um jeito tão teu...
Fiquei assustado prontamente. Nunca vi tal senhor na rua, e despretensiosamente ele solta uma dessas para mim. Ora lá, quem és tu pra falar aos quatro ventos quem sou e como sou? Notando minha estranheza na face, tal senhor prontamente se pôs a falar.
- Não há de que ficar assim, assustado com o que eu disse. - O humilde senhor me falou. - Não falei por mal, nem para causar confusão. Falei por que acho mesmo.
- E por que chegastes a tal conclusão? - Perguntei. - Nunca me há de ter notado a tua presença por aqui, onde passo diariamente. Tu sempre estás aqui?
- Tu não me vê, por que estás avoado demais em teus pensamentos. Alias, tu mal reparas em alguém além dela. Quem é ela?
O que? Mas como assim tal senhor sabia da existência dela? Penso que nunca comentei nada com ninguém além de poucos amigos, e de longe tal senhor não parecia fazer parte da mesma roda de amigos e conhecidos à que faço.
- O que tu... como tu sabes disto? - Perguntei espantado. - O que tu sabes dela? O que tu sabes de mim?
- De ti, sei o que vejo diariamente. Sei que tu te vestes de um jeito despojado, quase único. Sei que andas com tanta certeza de que o amanhã não existe, porém se vive do hoje. Sei que a muito procuras por alguém em algum canto, e te esbarra nas pessoas quando te perde em pensamentos. Sei que escreves, pois não raro tu passas com um bloco de anotações no bolso de trás e um lápis apontado as pressas na orelha direita. Sei que tu anseias por algo próspero no futuro, mas tanto quanto anseia, vives do presente. Teus passos, por dias calmo e confortantes, nos outros se reflete em alguém com pressa, creio eu para encontra-la em algum lugar.
Acho que, no exato momento, fiquei abismado. Como um senhor, que aparentemente tão pobre de posses, tinha tanta riqueza na cabeça? Como ele enxergava tão poucos detalhes, e se apossava de tão grandes certezas? Certezas essas, absolutas.
- E o que sabes sobre ela? - Perguntei, ainda com a mesma cara que fiz quando ouvi as poucas verdades. Mas não esperei uma resposta concreta, até por que eu pouco sabia. Sabia nada mais além de seu nome, de onde era e onde poderia encontra-la.

- Meu caro. Sobre isso infelizmente nada sei, até por que o pouco que sabes, mal me deixa entender. Mas me diga, tu não estás atrasado? Vá ao encontro dela, não sei por quanto tempo mais ela te espera, e me desculpa por te alugar.

domingo, 23 de junho de 2013

Depois de muitas, você foi a primeira. Depois de tantos anos, você foi a primeira. Eu sempre pensei que coisas assim eram bobeira, mas sim, você foi a primeira. E agora que você volta, depois de tanto tempo , tem tanta coisa nova te esperando em casa, e tem tanta coisa velha, e com tanto mais valor, que eu prefiro ficar aqui, calado, sem dizer mais nada.

Não é por que eu ache que vai mudar algo se eu falar, mesmo tendo certeza que não vá. Não é por que eu esperei esse tempo todo, que eu ache que vai mudar algo. Pra você, foi só mais um. Pra mim, foi só a primeira. Devo confessar que sempre achei tolice essa coisa de correr atrás, de buscar, de tentar. E você foi a primeira. Você foi a primeira que corri atrás, mesmo depois de tanto tempo. E agora você volta, e volta, e se decide, e se aquieta, e vive. E eu me aquieto aqui, e vivo, e espero.

Talvez seja disso que eu precise. Além de um ano fora, um fim de semana em Londres ou uma semana em Oslo. Algo que me fortaleça, algo que me mostre, lá de dentro, que vale sim a pena correr e buscar o que você considera o melhor pra si. Mas nada disso vai mudar o fato.

Quem sabe, escrevendo onde ninguém vê, o tempo apague as memórias, as vontades. O tempo acabe apagando o que um dia foi, e não mais será. Não por que não quero, mas por que sou realista.


Você, foi a primeira.

sábado, 22 de junho de 2013

- Então...
- Então... né? - Ela riu.
- Como tá?
- Bem, foi tudo bem. E você?
- Não sei, na verdade. - Respondi. Antes mesmo de ela perguntar o por que, pensei em mil coisas. Pensei em tantas coisas, que mal conseguiria dizer para ela uma delas. Minha cabeça é esse tormento de ideias e confusões, de confissões e pensamentos, e... Bem, de tudo um pouco. E depois de alguns segundos, cheguei a conclusão de que o mais fácil é se falar a verdade, e que devo falar. Mas é... uma mentirinha não mata.
- Pensando melhor, estou sim.

terça-feira, 18 de junho de 2013

De letra em letra,
De gota em gota.
A tinta que pinga da minha caneta, bate no papel e ecoa em nota.
Nota que ecoa em canto, ecoa em pranto.

Da letra, a saudade. Da gota, a parte inteira do escrito.
De resto, o que me resta é sonhar acordado com teu sorriso.
Com a ponta rubra do teu quase cacho,
com o sorriso leve e tranquilo sem o qual me perco.
A distância que outrora foi de tantos passos,
parece pequena, agora, questão de voltas.
Voltas do relógio, voltas da turbina, que acompanho prontamente,
bem cedinho, na aurora da matina.

E assim as voltas se fazem, dia após dia.
Esperando o dia que as voltas se calem,
só no fim,
termina.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Te acalma! Te acalma que com calma na alma, tudo vai dar certo.
Te aquieta, deixa o tempo passar, tem muita água pra rolar.
Daqui ou do outro lado, te ver me faz mais feliz. Te saber, me faz mais feliz.
Te entender, é algo que sempre quis.
Mas calma, te acalma.
Te acalma e vai na fé, que a fé não falha.

"Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça me um favor"

domingo, 16 de junho de 2013

4 da manhã novamente. Merda. Todas as noites tem se resumido em café, música, papel e caneta. Olho pra fora, o sol nascendo do horizonte. No som, toca algum rock dos anos 60, 70, 80 ou 90. Não me importo com quem toca, mal ligo até. Só sei que toca. O som me embala, me balança, me encanta. Noite após noite, passo a mesma função. Café, música, papel e caneta. E as ideias se desembrulham como um delicioso chocolate suíço. Sinto fome, 4 da manhã. Nada aberto, merda. O pão acabou mais cedo, e o café me ataca o estômago. Algum carro oficial passa pela rua, sirenes a toda. Mas pra que? Pra acordar quem daqui a pouco já acorda com os primeiros raios de sol? É verão na Irlanda. Aqui o sol nasce as 4 da manhã no verão, e se põe as 11:30 da noite. Nessas horas, ninguém passa nas ruas. Ok, alguém passa, normalmente embriagado. Senta no meio da rua, e começa a cantar alguma coisa em inglês, as vezes até irlândes. Vai entender. Aqui eles bebem mesmo, e não estão nem ai. Só bebem, e são felizes, e chegam as 4 da manhã em casa com vontade de cagar, vomitar, mijar, vontade de morrer. Mas as 9 da manhã essa vontade passa, por que eles tem que trabalhar. É um ciclo. Tudo é um ciclo.
Assim como minha vida, um ciclo. Dia após dia, noite após noite. Durmo amanhã, acordo hoje. Estudo, como, cago (esporadicamente, problemas intestinais me afetam), mijo. E escrevo. Café, música, papel e caneta. Noite após noite.
De repente, no rádio toca alguma coisa dos The Smiths. O café acabou, a comida acabou, e a vontade de cagar cresce. Merda. Hora de partir.